domingo, junho 26, 2005

Mas será possível?

Qual não é o meu espanto quando tomo conhecimento de que existe actualmente no mercado bancário um novo produto (novo para mim, que só ontem soube de tal existência) - a CONTA BENFICA. Pois é, ao contrário do que se possa pensar, esta pequena maravilha não está limitada aos sócios do clube, todos os simpatizantes podem abri-la, simplesmente como forma de manifestação de solidariedade. Ora, com a abertura da conta vem um pequeno brinde associado, o Kit Benfica, que muito despretenciosamente traz uma proposta de sócio. E pergunto eu, porque será. Mas não termina aqui, aliás, nem poderia - convenhamos que ninguém abre uma conta desta espécie se não houverem contrapartidas. Sucede que havendo alguém, cuja qualificação me abstenho de fazer, abra a dita, terá direito, para além do kit, à oferta que consiste numa visita ao centro de estágio, acesso a condições especiais no crédito à habitação, individual e seguros auto, casa e saúde e a derradeira, mas não menos surpreendente, conta poupança com REMUNERAÇÃO INDEXADA À PERFORMANCE DO CLUBE.

Mais uma vez me pergunto como é que é possível? Uma coisa é certa, fontes próximas informaram-me do sucesso da mesma.

Oh, meu deus!!! Onde é que isto vai parar...
Para mais informações, poderá consultar o site do Benfica, ou dirigir-se ao balcão mais próximo de si!

Perdoem-me os demais, mas este fenómeno futebolístico, parece-me ridículo.

quinta-feira, junho 23, 2005

Estado de Necessidade

Já não aguento não ter controle sobre os meus próprios pés. Começava a ficar preocupada e a achar que mais um tempinho e o meu andar sofreria alterações consideráveis. NÃO QUERO!!!!

Por isso, apesar de ter começado mal o dia, o estado de necessidade em que me vi, obrigaram-me a comprar uns sapatos! CONFORTÁVEIS e PRETOS! Assim já combinam com a mala!

Estou tão contente: tenho finalmente uns sapatos confortáveis...até prova em contrário!

Cá estarei para vos dizer!

Há lá coisa pior?

Do que acordar de repente atormentada pelo facto de estar atrasada para o trabalho e lembrar-me que tinha sonhado, naquele mesmo instante, com batons cheios de água?

Há, sim senhora, há muitas coisas piores que podem acontecer única e sucessivamente numa manhã.

Ora depois de ter tomado o belo do banho, começo a pensar em vestir-me, o que até nem seria complicado, tendo em consideração que ontem à noite arranjei, qual menina bonita e organizada, a roupinha para vestir no dia seguinte.

Fui lavar os dentes! Com o quê? Pois é, não havia pasta de dentes- não fosse uma dita osga ter-se esquecido de a levar!

Sucede que, faltava-me uma coisa mt importante, esquecida no carro, entretanto - o saco dos acessórios e peças elementares de qualquer vestuário. Faltavam-me os sapatos confortáveis pretos, sem os quais nada da roupa preparada anterior fazia sentido.

Pois é, sem sapatos, tive que calçar as minhas sandálias castanhas, a combinar com a mala preta! Mas o pior nem é a cor - antes fosse! - o pior é que desrespeitei-me a mim própria... Tinha prometido a mim mesma que calçar estas sandálias enquanto há luz solar seria impossível, só à noite. Mas, pronto, ok estado de necessidade.

A caminhar ao ritmo que só as minhas sandálias me permitem, cheguei à paragem, não sem antes passar pelo jardim obrigatório, fresquinho, fresquinho de tanta água que saía dos repuxos em várias direcções, inclusivamente na minha!!! Posso dizer que, apesar de ter ficado molhada, gostei, gostei de partilhar a mesma sensação de frescura com o jardim!

Chegada à paragem, rapidamente descobri que havia greve da carris. Até nem foi grave, tendo em conta que logo veio um autocarro alternativo, confortável por sinal. Este não fez o percurso todo, contrariamente ao que eu pensava (era bom demais, mas isso nem me ocorre com tanta coisa má já ocorrida antes).

Enquanto esperava pachorrentamente pelo metro, ao me lado estavam sentadas duas senhoras de meia idade, uma das quais mete conversa com a outra perguntando: "Há greve do metro também?" Ao que a outra responde: "Não, só da Carris, até às 14h." A primeira, confiante de que tinha ali uma amiga momentânea para tagarelar decide fazer mais uma investida na esperança de que siga a conversa habiltual, então diz: "Ah, isto é uma pouca vergonha! Agora fazem greve porquê? Querem mais um aumento, não é? Uma pouca vergonha!" A segunda, e muito bem, devo dizê-lo, não lhe respondeu, mas eu fique com vontade.

Fiquei com vontade de lhe dizer que: "POUCA VERGONHA É FICAR QUIETO SEM FAZER NADA! POUCA VERGONHA É SAIR À RUA QUANDO O CLUBE FAVORITO DE FUTEBOL GANHA! ISSO, MINHA SENHORA, ISSO É QUE É UMA POUCA VERGONHA!"

E pergunto eu se esta manhã podia ter sido pior. A conclusão a que chego e o pensamento positivo levam-me a crer que sim. Claro que sim, podia ter sido bem pior!

Continuação de um resto de um bom dia!

segunda-feira, junho 20, 2005

Isn´t it great?



6 de Novembro de 2004
16 de Junho de 2005

Foi este o hiato que se perdeu e recuperou nas nossas vidas. Foram estes meses de desilusão, decepção que me fizeram ignorar a tua presença na minha vida.
Passados 8 meses continuava a saber porque razões me senti assim, embora estas se esbatessem cada vez mais, como o obsoleto fax cuja voz é o papel térmico, que cansado, se deixa apagar pelo tempo.

A expectativa era inevitável. Comigo levava apenas sinceridade, honestidade e amizade - as únicas coisas que tinha e tenho para te oferecer.

Fico contente. Fico contente por ti e por mim. Por mim, porque ao rancor fez frente um valor mais alto que, a meu ver, merece ser preservado - a amizade.

O desconforto inicial deu lugar às nossas conversas de sempre, como se não houvessem passado 8 longos meses e não houvessem barreiras, ressentimentos, coisas por dizer.

É bom sentirmo-nos assim. Foi bom sentir que, ainda que por uns momentos apenas, tudo voltou a ser como era.

Já tinha saudades tuas!

quarta-feira, junho 15, 2005

Tulipas brancas



Hoje apetecia-me ser servida de uma boa dose de tulipas brancas, regadas com sumo de laranjas docinhas e ter como sobremesa uma meloa partida ao meio, num contexto de muito sol, tendo como ruído de fundo apenas o barulho das ondas a rebentar. As crianças a brincar também ajudava, just not to feel so lonely...

terça-feira, junho 14, 2005

Marco Histórico

Ontem foi um dia histórico. Morreu "a única pessoa que era realmente capaz de morrer por um ideal" palavras estas de Luís Osório, a que não consegui ficar indiferente quando ouvia ontem os "Prós e Contras".

"Morrer por um ideal", pergunto-me quantas pessoas seriam capaz de o fazer...

Sempre tive como filosofia de vida que há que fazer as coisas bem feitas, com paixão, entusiasmo, vestir a camisola por aquilo em que acreditamos. Querer é meio caminho andado para poder e o que se quer com muita força tem-se. É claro que quando me refiro a querer, esta vontade traz consigo a luta por um objectivo. Por isso tenho necessidade de traçar objectivos na vida. Faço-o não só como forma de orientação, mas também porque, acima de tudo, pretendo que não permaneçam na minha vida apenas como sonhos. Os sonhos são isso mesmo, sonhos - inalcançáveis na cabeça de quem os tem.

Bem, mas a maturidade que surge com o passar do tempo torna-nos mais racionais, a ponto de conseguir descortinar aquilo que queremos e o que não queremos para o nosso futuro. O que sou, onde estou, para onde vou, onde quero chegar tornam-se perguntas frequentes às quais há que dar resposta.

Quando era pequenina costuma pensar no que era, tentava imaginar-me fora de mim e perceber aquilo que era. Para muitas pessoas pode parecer estranho. E sei que parece, mas é por isso que não podemos ser todos iguais... Uns mais racionais, outros menos... Uns dispostos a morrer por um ideal, outros nem por isso...

Fica aqui a promessa de um próximo post mais pseudo político, confesso que esta subjectividade me começa a chatear.

segunda-feira, junho 06, 2005

Out of the blue out of myself

Hoje consigo imaginar-me "fora daqui".
Fora de mim, fora do círculo, fora das circunstâncias, only me.
Only me. Isn´t it sad, though?

sexta-feira, junho 03, 2005

Qual "Pretty Woman" qual quê!

Ainda antes de passar ao assunto que me traz hoje aqui a escrever ou desabafar, não queria deixar de acrescentar algo ao último post que escrevi.

Foi uma atitude bonita, sim senhor. Tal como passar numa portagem e receber um caloroso "BOM DIA!" com um sorriso enorme nos lábios. É daquelas coisas que nos faz começar um dia bem dispostos, porque a boa disposição é contagiante (pelo menos assim o é para mim).

Mas deixando os contágios de parte, o motivo pelo qual venho aqui expressar hoje o que me vai na alma tem que ver com a frustração com que me deparo cada vez que tento ir às compras sozinha.

Qual "Pretty Woman" qual quê, mas com uma diferença: é que não são as pessoas da loja que não me deixam comprar a roupa, sou eu que, de alguma forma, não consigo encontrar aquilo que gosto - ou são as claças que não assentam bem, ou é o casaco, ou quando finalmente digo para mim própria: "É este!", desvaneço quando rapidamente vejo que não há o meu número.

Uma das coisas que me fascina é conhecer a verdadeira natureza do ser humano. Tentar perceber o que na realidade pretende dizer atrás de palavras e gestos socialmente aceites. E perceber o porquê dos comportamentos.

Nada melhor do que aplicar esta realidade a mim mesma (um livro de filosofia que tive, salvo erro do 11º ano, era "Conhece-te a ti mesmo").

Tanta incerteza, insegurança para comprar uma merda de um par de calças e um casaco e uns sapatos, whatever... Irrita-me! Irrita-me profundamente.

Mas que chatice ser assim!

quinta-feira, junho 02, 2005

FELIZ DIA DA CRIANÇA!!!

Pois é, já passou mais um dos célebres dias inventados pelo Homem e para o Homem. Falo do dia da criança...

Sempre dei uma certa importância a este tipo de dias, não sei porquê, é uma parvoíce reconheço, talvez porque se possa com legitimidade reclamar um bocado de atenção, quando esta é suposta ser dada todos os dias (já dizia o célebre dito apaziguador do efeito materialista gerado e concebido no Natal que "Natal são todos os dias!").

Bom, não sei.

Mas nem tudo é mau. Quando pensamos que muito dificilmente algo nos consegue surpreender, eis que acontece alguma coisa que nos faz pensar de maneira diferente. Entre a difícil escolha de ir ou não ir a um curso de formação, tendo em consideração as condições atmosféricas que convidavam a tudo menos estar enfiada numa sala com algumas 200 pessoas (eh lá!!! será que estou a exagerar?) sem ar condicionado, desta vez optei pela escolha certa. E porquê? Primeiro porque faz sempre falta aprender mais um bocadinho, seja em que condições for, e segundo porque "i really made my day"!

Eu explico: tudo se passou na viagem de elevador que vai do r/c ao 4º andar de um edifício. Estava calmamente à espera que a porta do elevador abrisse, bem como avó e neta, que aguardavam junto a mim. O elevador não demorou a chegar, pelo que não houve tempo de trocar qualquer palavra. O diálogo surgiu lá dentro, o qual passo a transcrever: diz a avó: "querida, para a próxima não esperas. Amigo não empata amigo, não é?, ao que a neta replica com um ar muito matreiro e carinhoso ao mesmo tempo, olhando para mim, como se buscasse uma resposta, decidiu apostar no "não!". Como lhe sorri, arriscou-se a perguntar-me "não, pois não?", sendo a minha resposta confirmativa da dela.

Pois nesse mesmo instante, logo após me ter tornado sua aliada, aqueles olhinhos escuros brilhantes que contrastavam na cara pintada de branco, não fosse este dia dedicado às crianças, muito atrevidamente disse: "é muito bonita!". Ora a minha reacção foi pensar "mas o que é que é bonito?". Só percebi a que se referia quando a avó ficou sem jeito. Confesso que me senti envergonhada, sensação esta típica de quando alguém nos faz um elogio, mas ao mesmo tempo surpresa e contente. Nunca tal me tinha acontecido e uma coisa é certa: se veio da boca de uma criança é porque é sincero. Eu acredito que sim...

O diálogo continuou porque ninguém, julgo eu, conseguiria ficar indiferente a tal comentário.

Moral da história: porque será que não preservamos a sinceridade e a honestidade à medida que vamos crescendo? Será que o facto de nos tornarmos hábeis na arte da dissimulação nos faz sentir mais felizes?

Acho que não. É muito pequena a percentagem de crianças com depressão.

Ah, é verdade:

Bom dia da criança a todos aqueles que sentem que nunca vão deixar de o ser, tal como eu!