quarta-feira, maio 31, 2006

The truth and nothing but the truth

Porque dão as verdades tanto trabalho?
Porque é que constrange, ofende e tem de ser contornada?
Porque é que há tantos receios em exteriorizar exactamente o que nos vai na alma?
Porque é que a sociedade se torna mais fácil se todos representarmos o papel que nos é mais conveniente?

Porquê? É a verdade um conceito objectivo ou subjectivo?

terça-feira, maio 30, 2006

Desabafo

Estou farta desta rotina amorfa,
de saber que este vai ser mais um dia igual aos outros todos.
Farta, farta, farta até à raiz dos cabelos.

segunda-feira, maio 29, 2006

True friendship here is gold. I miss you. All I ask of you is a smile...

Analfabetismo emocional funcional

Como reage o ser humano, confontado com as várias adversidades que a vida lhe põe à frente?
Adapta-se. Porque a mudança é uma constante e nada é definitivo. Tudo é efémero, até mesmo o amor e o sofrimento. O que nos magoa em certo momento deixa de causar impacto com o passar do tempo.

O ser humano aprende a viver com isso e a incorporar no seu leque de experiências mais uma menos boa. A questão que se coloca é: será que consegue aprender alguma coisa? Será que a experiência menos boa fará com que não volte a repetir o mesmo erro? A resposta a isto será fácil se pensarmos no exemplo de uma criança que, ao sentir o calor demasiado nas suas mãos, se queima. Chora, inevitavelmente, e sabe que se puser as mãos no mesmo sítio se queimará novamente. Aprendeu qualquer coisa, ainda que tenha ficado com mazelas.

E o processo de aprendizagem do adulto? Será assim tão simples e fácil como o das crianças? Ou sofrerão os adultos de um "analfabetismo emocional funcional" crónico? Com capacidade de suportar o sofrimento, reagir, adaptar, mas sem conseguir interpretá-lo e usá-lo como parte do seu crescimento pessoal?

segunda-feira, maio 22, 2006

Momentos

Porque há momentos que ficam:

"Dias ingratos e sem cor,
Dias que correm seja como for,
Traduzem a nostalgia do amor.
Se amanhã eu olho e não estás lá,
sei que foram momentos efémeros
vividos apenas do lado de cá.
Se foi bom, mas já não é
Dói que se farta e dói bem fundo!
É uma mágoa que fica, pois é
mas que nos amadurece e abre portas para o mundo..."

P´la minha Osguinha, mais conhecida por Floyd ou P. Gomes

sexta-feira, maio 19, 2006

The secret of existence consists in alternating low profile with high one.

Kiss off

"I need someone a person to talk to
Someone who´d care to love
Could it be you could it be you
Situation gets rough then I start to panic
It´s not enough its just a habit
Hey kid your sick well darling this is it
You can all just kiss off into the air
Behind my back I can see them stare
They´ll hurt me bad but I wont mind
They´ll hurt me bad they do it all the time
Yeah yeah they do it all the time
I hope you know this will go down
On your permanent record
Oh yeah well don´t get so distressed
Did I happen to mention that I´m impressed
I take one one one cause you left me and
Two two two for my family and
3 3 3 for my heartache and
4 4 4 for my headaches and
5 5 5 for my lonely and
6 6 6 for my sorrow and
7 7 for no tomorrow and
8 8 I forget what 8 was for and
9 9 9 for a lost God and
10 10 10 10 for everything!"
Violent femmes

terça-feira, maio 16, 2006

Maria Papoila

segunda-feira, maio 15, 2006

Sociedade de consumo imediato

Insensibilidade ou sensibilidade momentânea?
Lei da oferta e da procura. A oferta é abrangente, mas a procura é equivalente.
Busca de satisfação imediata para uma insatisfação constante que assola a mente solitária.
Sabe bem, é bom. A entrega refreada dá lugar à liberdade construída e biforcada, da falta de justificação, do desapego e egoísmo, ao mesmo tempo condicionada pela quietude dos dias paritários.

Self-restraint all the time causes lack of confidence in other people.
Does liberty worth it?

sexta-feira, maio 12, 2006

Sobre os abraços...


"É interessante como nos esquecemos de coisas elementares na vida. Quando crianças, temos o carinho de nossos pais ou de pessoas com quem vivemos, e até de estranhos. Salvo raras excepções, toda a criança pequena é objecto de abraços, beijos, carinhos, palavras doces e muita atenção. O afecto que recebemos e damos, parece que vai diminuindo à medida que as hormonas sexuais vão aumentando em nosso corpo, não por que uma coisa tenha a ver com a outra, fisiologicamente, mas pelo preconceito que criamos relacionando o toque físico com a sexualidade.

De acordo com o Dr. Greg Risberg da Universidade de Medicina Northwestern de Chicago, o benefício fisiológico do abraço inclui uma redução da pressão arterial e um aumento de oxigenação do sangue.

Segundo o Dr. Risberg, todos temos o que se poderia chamar de “fome da pele” e a nossa saúde corre sérios riscos se não recebermos carinho continuamente na vida (a prova mais marcante disto, são as experiências feitas com animais separados das mães e que ficam sem afecto físico durante longo tempo).

Diz ainda o Dr. Risberg que para saciar nossa “fome da pele”, são requeridos no mínimo quatro abraços bem dados por dia. Essa tal “fome da pele” deve variar muito de pessoa para pessoa.

O Dr. Stanley Simon da Universidade de Massachussets diz que um abraço faz mais do que expressar apenas afeto. É uma forma de ajudar a manter o organismo saudável. A pele é o órgão sensorial mais extenso de todo o corpo. Se pouco estimulado, poderemos desenvolver uma sensação de mal-estar, falta de energia e até uma tendência depressiva pela redução de serotoninas no organismo. Acções falam mais alto que palavras. "
"The world is a stage, but the play is badly cast"
Oscar Wilde

Is that all a lie?

Digam que foi mentira, que não sou ninguém,
que atravesso apenas ruas da cidade abandonada
fechada como boca onde não encontro nada:
não encontro respostas para tudo o que pergunto nem
na verdade pergunto coisas por aí além
Eu não vivi ali em tempo algum
Ruy Belo

quinta-feira, maio 11, 2006

Alimentação parentérica

Conjunto de acções que permitem prevenir ou tratar a desnutrição, fornecendo ao organismo os nutrientes necessários por via endovenosa.

Agora quero uma saladinha de frutas para sobremesa, sff!

segunda-feira, maio 08, 2006

Fade into you

I want to hold the hand inside you
I want to take a breath that’s true
I look to you and I see nothing
I look to you to see the truth
You live your life
You go in shadows
You’ll come apart and you’ll go black
Some kind of night into your darkness
Colors your eyes with what’s not there.
Fade into you
Strange you never knew
Fade into you
I think it’s strange you never knew
A stranger’s light comes on slowly
A stranger’s heart without a home
You put your hands into your head
And then smiles cover your heart
Fade into you
Strange you never knew
Fade into you
I think it’s strange you never knew
Fade into you
Strange you never knew
Fade into you
I think it’s strange you never knew
I think it’s strange you never knew
Mazzy Star

A propósito do indigente

Este fim de semana tive uma experiência engraçada...
É que sem me aperceber, de repente, fiquei sem identidade:
deixei de ser contribuinte fiscal,
de ser beneficiadora do sistema de saúde,
de ter forma de movimentar dinheiro,
sem dinheiro,
sem documento habilitante para conduzir,
mas continuei a ter as chaves de casa,
e amigos para suprirem o resto das faltas.

Não uma verdadeira indigente.

sexta-feira, maio 05, 2006

"The more one analyses people, the more all reasons for analysis disappear. Sooner or later one comes to that dreadful universal thing called human nature."

Oscar Wilde
Indigente,

que não tem chaves de casa,
que não tem onde dormir,
que não tem o que comer,
que tem o que ler
e tem um cobertor para se começar a aquecer a partir do momento em que as luzes da cidade acendem.

Indigente,

que não tem para onde ir,
que não se preocupa onde vai ficar e se os lençóis da sua cama improvisada de cartão estão limpos ou não.

Que pensarás tu?
Que ideias e ideais povoam a tua mente, se é que ainda os tens?
Que perspectiva é a tua de vida?
Que fizeste tu em tempos? Será que tinhas família?
O que foi que te aconteceu, que te fez perder a alegria de lutar por um futuro melhor?

O que foi que te fez mergulhar nessa tristeza e ser indiferente à passagem dos dias?

Tanta coisa teriam para contar esses olhos azuis...

O que foi?

terça-feira, maio 02, 2006

Surrealismo




"Surrealismo: Automatismo psíquico pelo qual alguém se propõe a exprimir, seja verbalmente, seja por escrito, seja de qualquer outra maneira, o funcionamento real do pensamento".

in Manifesto do Surrealismo, Breton

Parado no meio da estrada



Era uma vez um jovem, cheio de alegria de viver, simpático, bem disposto, era tratador de cavalos. Tratava deles com muito carinho e gostava imenso do que fazia, contudo andava com a sua cabeça no ar, andava muito entretido a preparar os seus cavalos para uma feira que se realizaria nos próximos dias.

A razão da sua distracção devia-se a uma rapariga de quem gostava muito de uma aldeia perto. Ele sabia que ela iria estar presente nessa feira e queria que ela reparasse nele. Contudo, ele também sabia que ela iria estar acompanhada pelo seu namorado.

Ela era uma menina de estrato social diferente do dele, a sua educação era feita em casa com uma perceptora. Eram de mundos completamente diferentes e os entraves ao seu amor passavam essencialmente pelo abismo que os seus pais faziam questão de colocar.

A feira realizou-se e ela estava lá, após trocarem vários olhares, ela desapareceu com o seu namorado. Ele nunca mais voltou a vê-la.