quarta-feira, março 09, 2005

A eterna discussão sobre quem deve dar o lugar a quem...

Esta atitude racional e inteligente (refiro-me a razões de ordem ambiental e económica) de usar os transportes públicos como meio de deslocação aos afazeres do dia-a-dia tem muita coisa que se lhe diga.

Há rapidez, há sim senhora, especialmente nas horas da libertação do stress acumulado, isto é, quando o meu povo português (e agora apetece-me gritar bem alto o nome do meu país: LAVRADIO!!!!) sai dos ricos trabalhitos e vai para casa. Isto apenas para quem utiliza o metro, claro!!!! (Ehpah, é que se o pessoal não diz as coisas todas como deve dizer ainda se arrisca a ouvir: "Ah e tal e coiso, atão mas esta parva não sabe que os autocarros também têm rodas, andam na estrada e não voam?" Por isso, meus amigos, é como vos digo: mais vale dizer muita coisa, do que dizer meia dúzia e ser mal interpretado!!! ou não...)

E há novidade!!!! Sim, novidade. Se há coisa que não nos podemos queixar é da monotonia do quotidiano passado nesta realidade pública. Passo a explicar: é que todos os dias existe a possibilidade de verificar qual a situação mais bizarra vivida ou presenciada nos transportes públicos.

Pois claro que também há aquelas situações que são mais que normais, que o pessoal já nem liga - falo da eterna discussão da cedência dos lugares. A par das situações mais insólitas que possam acontecer (e depois estranham o aumento da venda de antidepressivos... exprimentem a andar de autocarro todos os dias, que até era capaz de se arranjar uma fatia do bolo das explicações para tal fenómeno) há invariavelmente dia sim, dia sim, o acontecimento já mais que caracterizado da velhota que entra no autocarro e ninguém se levanta para dar o lugar.

É que mete dó... pessoas que mal se conseguem aguentar nas pernas a olhar com clemência para as pessoas sentadas e... nada!!!!
Pois, é verdade.

O pessoal que está em pé não pode ceder o lugar!
Mas, curiosamente, são sempre os chicos espertos que estão sentados que dizem que a pessoa que está sentada lá à frente é que devia dar o lugar: "É que já viu, então, é uma vergonha!!!! É uma vergonha! Esta gente nova! São pessoas novas, não se levantam..."

Mais curioso é que o senhor ou senhora que, por acaso, tende a inserir-se na camada mais velha da população (porque na realidade nem é velho/a), continua sentado/a a mandar vir só porque o senhor ou a senhora que está sentado/a no banco posicionado mais à frente no autocarro não se levantou!
Sim, porque aquelas pessoas é que têm uma verdadeira obrigação de se levantar... Atão, tá lá a plaquetazinha a dizer que sim. Porque as outras pessoas sentadas nos outros lugares não têm!!!!!

Bem, isto tudo para expressar a minha quase incontida vontade de dizer:
"Ó Homem, levante-se você!!!"

Pode ser que um dia destes venha a escrever as consequências desta minha frase maravilhosa, por ora contida, dita num momento de exaltação, como o que descrevi acima.