Algumas reflexões enquanto o país arde
Albergaria-dos-Doze, Pombal
Bombeiros combatendo incêndio em Águeda
Viatura perdida durante o combate ao incêndio de Oliveirinha em Aveiro
Aproveito o comentário feito a um post de uma amiga para fazer umas reflexões básicas enquanto o país arde.
O post tem como título um livro do Lobo Antunes "Que farei quando tudo arde". Nele (no post) pergunta a autora se não se repara no "esforço hediondo que os bombeiros fazem, por vezes sem dinheiro em troca", terminando opinando no sentido destes homens merecerem qualquer coisa, "nem que fosse uma distinção do PR...".
Outro dos aspectos focados neste texto tem que ver com o facto do Governo nada fazer relativamente à situação que se tem vivido, ao contrário da população portuguesa, que sente tremendamente solidária com as pessoas que vêem as suas casas serem engolidas pelo fogo, ficando sem qualquer tipo de bens materiais, apenas a roupa que trazem consigo.
A mim, impressiona-me.
Mas impressiona-me sobremaneira os héctares de floresta portuguesa que vão sendo consumidos num abrir e fechar de olhos, a cada ano que passa, sem que providências se tomem para o evitar.
O ano passado foi caótico, diria um choque, mas que foi rapidamente ultrapassado, porque, ainda assim como assim, este ano, a área ardida aumentou em cerca de 30 000 hectáres em relação ao ano anterior.
Ora, mas não há que nos preocuparmos com isso...Então, não tarda nada o calor vai-se embora e para o ano, quando chegar a altura, o Governo logo se preocupa com isso... ou não!
Este ano, porém, para mostrar trabalho, fala-se em alterar a Lei de Calamidade Pública. E pergunto eu: Mas esta lei está em vigor há anos, só este ano se justifica alterar os seus pressupostos? Ora é exactamente este o argumento que o Exmº Senhor Ministro António Costa utiliza, mas e as situações ocorridas o ano passado? É certo que o ano passado o Governo era outro... "Heranças" outro dos argumentos facilmente posto para fora da boca do Governo.
Esta e outro conjunto de medidas deveriam ter merecido atenção imperiosa, porque "gato escaldado de água fria tem medo". Parece que o escaldão ainda não foi suficiente, talvez sejam precisos mais héctares consumidos para, por fim, quando os héctares saudáveis que restem sejam tão reduzidos, termos um manancial de meios para fazer face a este inimigo que todos os anos volta cada vez mais mortífero.
Atento ainda para o facto de uma notícia sobre os Bombeiros profissionais não serem chamados a combater o fogo, apenas os voluntários, porque diz-se, não estão habituados a lidar com este "tipo" de fogos.
Vai-se lá perceber... Não pode.
As estruturas estão gastas, o Governo alega vasto défice orçamental, os bens de primeira necessidade estão cada vez mais caros, os ordenados não aumentam para fazer face à inflacção, os combustíveis sobem invariavelmente quase todos as semanas.
Pergunto, meus amigos, aonde vamos parar.
Mas de análises críticas está o país farto. Precisamos de soluções, de cabeças frescas, com vontade de lutar por um objectivo, deixando refrear todas as regalias e mordomias a que um membro da poder político tem direito.
Quando isso acontecer, sim, teremos algum rumo.
Por enquanto parece que vamos ter de nos afundar só mais um bocadinho.
Ah, e é verdade, as distinções são para quem as merece... tal como os U2.
Haja nacionalismo!
Bombeiros combatendo incêndio em Águeda
Viatura perdida durante o combate ao incêndio de Oliveirinha em Aveiro
Aproveito o comentário feito a um post de uma amiga para fazer umas reflexões básicas enquanto o país arde.
O post tem como título um livro do Lobo Antunes "Que farei quando tudo arde". Nele (no post) pergunta a autora se não se repara no "esforço hediondo que os bombeiros fazem, por vezes sem dinheiro em troca", terminando opinando no sentido destes homens merecerem qualquer coisa, "nem que fosse uma distinção do PR...".
Outro dos aspectos focados neste texto tem que ver com o facto do Governo nada fazer relativamente à situação que se tem vivido, ao contrário da população portuguesa, que sente tremendamente solidária com as pessoas que vêem as suas casas serem engolidas pelo fogo, ficando sem qualquer tipo de bens materiais, apenas a roupa que trazem consigo.
A mim, impressiona-me.
Mas impressiona-me sobremaneira os héctares de floresta portuguesa que vão sendo consumidos num abrir e fechar de olhos, a cada ano que passa, sem que providências se tomem para o evitar.
O ano passado foi caótico, diria um choque, mas que foi rapidamente ultrapassado, porque, ainda assim como assim, este ano, a área ardida aumentou em cerca de 30 000 hectáres em relação ao ano anterior.
Ora, mas não há que nos preocuparmos com isso...Então, não tarda nada o calor vai-se embora e para o ano, quando chegar a altura, o Governo logo se preocupa com isso... ou não!
Este ano, porém, para mostrar trabalho, fala-se em alterar a Lei de Calamidade Pública. E pergunto eu: Mas esta lei está em vigor há anos, só este ano se justifica alterar os seus pressupostos? Ora é exactamente este o argumento que o Exmº Senhor Ministro António Costa utiliza, mas e as situações ocorridas o ano passado? É certo que o ano passado o Governo era outro... "Heranças" outro dos argumentos facilmente posto para fora da boca do Governo.
Esta e outro conjunto de medidas deveriam ter merecido atenção imperiosa, porque "gato escaldado de água fria tem medo". Parece que o escaldão ainda não foi suficiente, talvez sejam precisos mais héctares consumidos para, por fim, quando os héctares saudáveis que restem sejam tão reduzidos, termos um manancial de meios para fazer face a este inimigo que todos os anos volta cada vez mais mortífero.
Atento ainda para o facto de uma notícia sobre os Bombeiros profissionais não serem chamados a combater o fogo, apenas os voluntários, porque diz-se, não estão habituados a lidar com este "tipo" de fogos.
Vai-se lá perceber... Não pode.
As estruturas estão gastas, o Governo alega vasto défice orçamental, os bens de primeira necessidade estão cada vez mais caros, os ordenados não aumentam para fazer face à inflacção, os combustíveis sobem invariavelmente quase todos as semanas.
Pergunto, meus amigos, aonde vamos parar.
Mas de análises críticas está o país farto. Precisamos de soluções, de cabeças frescas, com vontade de lutar por um objectivo, deixando refrear todas as regalias e mordomias a que um membro da poder político tem direito.
Quando isso acontecer, sim, teremos algum rumo.
Por enquanto parece que vamos ter de nos afundar só mais um bocadinho.
Ah, e é verdade, as distinções são para quem as merece... tal como os U2.
Haja nacionalismo!
1 Comments:
Mesmo estando do outro lado do mundo não consigo ficar indiferente às noticias que aqui chegam relativas a mais um ano de destruição da floresta portuguesa, e da indiferença e impunidade de que alguns "senhores" usufruem!
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