Desculpa!
Não percebia nos meus tenros anos de infância as rixas e atritos entre pessoas antes amigas ou familiares, que como consequência levam ao afastamento para uma vida inteira. Parece que à medida que nos vamos tornando adultos, cada decisão ou palavra que se diz tem um sabor definitivo e inalteravel. Impotência e falta de liberdade no agir para determinar que assim não seja.
Quais são os verdadeiros motivos para não se voltar atrás numa decisão que eventualmente foi tomada num impulso ou em virtude de um chorrilho de palavras ditas só porque se estava num dia mau, num acumular de tensões que precisavam de ter sido libertadas previamente ou simplesmente em virtude de erro de conduta da outra parte.
Mas será que toda a gente pode errar e voltar à mesma linha de continuidade? Orgulho, rancor ou mágoa? Será que o perdão será tão difícil de atingir? Será "desculpa" uma palavra tão absurda e impossível de ser dita? Será que resolve alguma coisa? E porque é que não resolve? Porque é que passam a vida toda a dizer-nos para descomplicarmos o complicado e ver as coisas de forma simples e nestes casos, a tendência é inversa?
Porque é que as crianças não têm deste tipo de problemas? Será pela sua inocência, pela visão simplista das coisas? Será porque os seus comportamentos têm uma conotação não intencional, que em bom rigor, nem é colocado em análise?
Porque é que sabemos que se dizem e fazem as coisas mais parvas e ofensivas quando estamos de cabeça quente, que no fundo não são verdadeiras e não damos o mesmo benefício da dúvida à outra parte? Porque perdoamos mas nos lembramos das coisas que foram ditas pela outra parte, mesmo sabendo que assim é?
Porque é que não utilizamos a projecção neste caso para o efeito positivo? Porque não falam as pessoas de coração aberto?
Complicado...
6 Comments:
Muito bom!! Descobri o teu blog hoje por mero acaso. Fiquei de boca aberta com este post. :P Parabéns! Vou adicionar-te aos meus favoritos...
Aquele beijinho!
(Já agora o open minded é sempre uma boa notícia) :P
Vamos lá então...
Para simplificar, devo dizer que sou dos primeiros a dizer "desculpa". Acho até que o digo vezes de mais!
É certo que, com os anos e a experiência, vamos ficando mais atentos e sensíveis às coisas, ditas e feitas, que possam ofender e/ou magoar. Não sou excepção nesse ponto. Ainda assim, abomino qualquer tipo de fundamentalismo, casmurrice ou birra... e quando isso leva a decisões absolutas e intransigentes, acho simplesmente estúpido! Por isso, muitas vezes faço papel de burro!
É verdade, vou sempre pedir desculpa (muitas vezes por coisas que não fiz) tentar saber o que se passa... E se acontece a ruptura de uma relação (no que me diz respeito) é por cansaço meu. Ainda assim, a porta nunca se fecha!
O rancor, muitas vezes sem razão que se conheça, é, na maioria dos casos a razão (estúpida) para não se dizer "desculpa"!
Estamos a ficar mais velhos... mas não temos de ficar mais estúpidos! (ou rancorosos!)
Muito obrigada, kokas!
João, só para rematar, concordo contigo, relativamente à última afirmação que fazes no teu comentário. Disse no princípio do post que quando era pequena não conseguia perceber este tipo de situações e continuo sem perceber, ou melhor, compreendo toda a panóplia de sentimentos, a intrincada teia de confusões e mal-entendidos que se geram à volta de uma discussão, mas não percebo porque não se resolvem com uma conversa franca.
...chato chato e quando te esforcas para que a relacao de certo e do outro lado nao ves nem metade de contributo...
Beijao doce prima.
olha, nao sei que se passou, mas ja ha bue tempo que procurava o teu blog e nao sei porque carga de agua nao achava...mas achei, e o que interessa.********muah!*******
desculpa meter me numa conversa que nao e minha, mas relativamente a tua resposta ao Joao...por vezes as cenas nao se resolvem com conversas francas porque nem sempre o/a e franco como gostariamos que fosse...ou entao nao ouve com a atencao merecida aquilo que temos para dizer.
*outro/a
Postar um comentário
<< Home