quinta-feira, setembro 14, 2006

À espera


Pé ante pé fui entrando. Limpei os meus pés e preparei-me para subir a longa escadaria que não sabia onde me levaria. Levou-me a uma porta que precisava de transpôr. Debaixo existiam uns raios de luz que contrastavam com a escuridão onde me encontrava. Bati, mas ninguém respondeu. Reparei que a porta estava encostada e fui entrando. Pé ante pé, com o sentimento de invasão do espaço de outrém. Cuidadosa, não fiz barulho. Não sabia onde estava. A casa estava estranhamente vazia, não havia vestígios de alguém a ter habitado outrora. Percebi que os raios de luz vinham da janela. Fiquei ali. Sentia-me angustiada, sozinha, e, apesar de não conhecer aquele sítio, sabia que nenhum sítio poderia fazer com que aqueles sentimentos passassem, pelo menos, assim, de repente. E fiquei ali... À espera. À espera que a tempestade acabasse para voltar a mais um dia normal e insípido. A mais um dia em que a normalidade do equilíbrio não deixa de transmitir um certo bem estar. A mais um dia em que não me sinto culpada de estar bem naquele momento, nem culpada de estar mal. E fiquei ali...

À espera...

2 Comments:

Blogger Nuno Baltazar Pereira said...

Esperamos demais, por coisas que nunca vão chegar...
por situações que nunca vão acontecer...
por pessoas que nunca vão mudar...

Será que vale a pena esperar tanto?

9:33 AM  
Blogger peixinho da horta said...

Às vezes é preciso saber esperar para conseguirmos ser coerentes e não fazermos coisas que podemos, mais tarde, vir-nos a arrepender.

3:18 PM  

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