For Ever
"Para sempre. Amar-te-ei para sempre. Guardarei esta recordação para sempre. Usarei sempre esta marca de graxa para os sapatos. Mas quem é que pode jurar que fez, amou, pensou, manteve, viveu uma coisa para sempre? É preciso ter-se um coração inquebrável e mentes de chumbo. O que é que pode ser para sempre? Ora vejamos... ora, o creme Nívea. Diria que, razoavelmente, quanto ao creme Nívea, se pode arriscar o «para sempre». E depois... bem, talvez os sinais. Estes multiplicam-se como as pintas dos dálmatas, mas acho que não desaparecem. As gastrites não duram para sempre, os casamentos, muito menos, as fortunas, talvez.
O «para sempre» é limitativo. É um rochedo. Quando perguntaram ao meu amigo Augusto, que alguém conseguiu levar finalmente ao altar, «Aceitas a aqui presente como tua legítima esposa e prometes amá-la e respeitá-la sempre, nos bons e maus momentos, na saúde e na doença, até que a morte vos separe?», respondeu: «Claro». Não foi capaz de dizer um «Sim» claro e sonante, e tiveram de repetir a pergunta.
Como é que eu vou dizer que te amarei para sempre? Eu sei lá... não sou nenhuma vidente! Sei lá se, mais dia menos dia, não me transfiro para Madagáscar, tu queres ficar em Turim e eu ver-me-ei obrigada a amar um habitante nativo?
Meu amor... não há nada que seja para sempre. Posso jurar-te que te amarei mais do que posso, mas não para sempre. Pois é.
Amar-te-ei com intermitências. Como fazem todos os casais do mundo. Uns dias mais, outros dias menos. E, algumas vezes, chegarei mesmo a odiar-te. Nunca será um amor insistente como a chuva que faz sair as lesmas. Mas será um amor verdadeiro. E se, apesar de tudo, queres que te diga que te amarei para sempre, eu digo. Porque te amo. Mas não para sempre."
in, Solteira, Independente e Bem Acompanhada, Luciana Littizzetto
O «para sempre» é limitativo. É um rochedo. Quando perguntaram ao meu amigo Augusto, que alguém conseguiu levar finalmente ao altar, «Aceitas a aqui presente como tua legítima esposa e prometes amá-la e respeitá-la sempre, nos bons e maus momentos, na saúde e na doença, até que a morte vos separe?», respondeu: «Claro». Não foi capaz de dizer um «Sim» claro e sonante, e tiveram de repetir a pergunta.
Como é que eu vou dizer que te amarei para sempre? Eu sei lá... não sou nenhuma vidente! Sei lá se, mais dia menos dia, não me transfiro para Madagáscar, tu queres ficar em Turim e eu ver-me-ei obrigada a amar um habitante nativo?
Meu amor... não há nada que seja para sempre. Posso jurar-te que te amarei mais do que posso, mas não para sempre. Pois é.
Amar-te-ei com intermitências. Como fazem todos os casais do mundo. Uns dias mais, outros dias menos. E, algumas vezes, chegarei mesmo a odiar-te. Nunca será um amor insistente como a chuva que faz sair as lesmas. Mas será um amor verdadeiro. E se, apesar de tudo, queres que te diga que te amarei para sempre, eu digo. Porque te amo. Mas não para sempre."
in, Solteira, Independente e Bem Acompanhada, Luciana Littizzetto
posted by peixinho da horta at domingo, setembro 10, 2006
4 Comments:
Muito bom! :)
O problema é confundir amor apenas com sentimento. O sentimento é volátil, efémero, momentâneo. Gosta-se, não se gosta, muda-se com a Lua. O Amor não é só sentimento, é compromisso, é união, é partilha, é transcender o imediato, o impulso, a paixão , o físico. É ambarcar o outro na sua plenitude, é vontade, é entrega, é apoio. O sentimento vai e vem, é volátil, é a faísca mas não é Amor. Esse existe mesmo quando o sentimento fraqueja, esse ultrapassa o sentimento e é, sim, eterno!
Ninguém diria melhor que a Luciana Littizzetto. Mas deixa-me que te diga, que me apercebi da realidade de que fala a autora, ainda antes de me apaixonar pela 1ª vez. E já tenho algumas paixões ou amores, vividas.
Foi através dos meus pais, que apenas mantinham uma relação de amizade, mas de fachada, perante todos, incluindo eu. Fazia-me imensa confusão. Porque viviam duas pessoas que afinal não se amavam, embora se tratassem com amizade e respeito ? Mas foi graças a mim, que hoje ambos são felizes à sua maneira. Separaram-se e encontraram "outros" caminhos, para viverem o resto da vida que ainda têm para viver.
Era uma perfeita estupidez, o tempo (de felicidade) que tinham perdido e continuavam a perder, ao lado um do outro.
E sabes porque o fiz ?
Porque descobri que EU era o impedimento da separação. O que não fazia sentido nenhum. De todo ...!
Eu só queria que fossem felizes, juntos ou separados.
Porque eu já era feliz, tinha a minha independência e "os meus amores", mas eles ... ainda não !
Afinal também estavam à espera de um SIM, "claro e sonante" !
O meu ...
Bonita declaração de amor.
Postar um comentário
<< Home